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SERÁ QUE TODA VITÓRIA NA MATERNIDADE VALE MESMO A PENA?

  • Foto do escritor: Mariana Simões Teixeira
    Mariana Simões Teixeira
  • 20 de mai.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 22 de mai.

mariana teixeira maternidade

Há algum tempo, minha filha do meio, Laura, de 6 anos, estava radiante para me mostrar uma “manobra nova” que aprendeu no patins. O problema é que ela veio com essa novidade justamente em um daqueles dias que parecem caóticos. Eu tinha acabado de sair de uma semana doente, com as crianças também se recuperando, e as tarefas domésticas e pendências profissionais pareciam se multiplicar. Por mais que eu fizesse, nada parecia dar conta.


Laura passou o dia inteiro me rodeando, esperando pela tão esperada hora em que eu poderia ir com ela até a rua sem saída ao lado da nossa casa. A cada intervalo, ela perguntava se agora eu já estava liberada. E assim o dia passou. E eu… não fui. As demandas não acabaram. E só me dei conta disso tudo quando, ao final do dia, com os olhos brilhando de esperança, ela me perguntou baixinho: “Mamãe, será que amanhã a senhora terá um tempinho pra mim?”


Meu coração ficou em pedaços. A casa até estava mais limpa, mas… a que custo?

Naquele momento, me lembrei da história de Pirro, um general da Grécia Antiga que venceu muitas batalhas, mas a um preço tão alto que disse: “Mais uma vitória como essa e estarei derrotado.” Assim nasceu o termo “vitória de Pirro” – quando o preço de vencer é tão alto que, no fundo, é como se tivéssemos perdido.

mariana teixeira maternidade

E o que essa história pode nos ensinar, a nós que somos mães?


Às vezes, a gente se esforça tanto pra dar conta de tudo – manter a casa em ordem, cumprir tarefas, seguir a rotina – que acabamos perdendo de vista o que realmente importa: a conexão com nossos filhos, os momentos que não voltam.


A busca pela perfeição pode nos cegar. Nos faz acreditar que só seremos boas mães se tudo estiver sob controle. Mas a verdade é que nossos filhos não precisam de uma casa impecável. Eles precisam de nós. Presentes. Atentas. De corpo e alma.


Nem toda batalha do dia precisa ser vencida. Às vezes, deixar a louça na pia e ir ver uma manobra de patins pode ser o gesto mais vitorioso do dia.

Então, da próxima vez que sentir que está correndo contra o tempo, tentando vencer mais uma pequena guerra do cotidiano, pare e se pergunte:


Essa vitória vale mesmo o preço?


Porque a maior vitória de todas é estar lá. Inteira. Para quem realmente mais importa.

 
 
 

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